E a tão falada " Lei da Palmada" volta a tona, o projeto de lei já está no Congresso Nacional, Para se tornar lei de fato, ele precisa ser aprovado pelo legislativo e voltar para a sanção do presidente, mas parece que isto vai acontecer só em 2011, devido ao recesso eleitoral.
" O foco da medida é garantir ao menor de idade o direito de ser educado sem o uso de castigos corporais por parte dos pais ou responsáveis. Hoje, o ECA (Lei 8.069) condena maus tratos contra a criança e o adolescente, mas não define se os maus tratos seriam físicos ou morais.
O artigo 18 da nova lei define "castigo corporal" como "ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física, que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente." Para configurar a agressão, é necessário que haja testemunhas. A pena para os infratores é advertência, encaminhamento para programas de proteção à família e para tratamento psicológico."
Este assunto é tão complexo.
Não sou completamente a favor da lei, e nem totalmente contra... O que me incomoda e muito, é o governo criar uma lei para os pais, dizendo como devem educar seus filhos e tantas outras coisas e leis que precisam ser pensadas e repassadas, ninguém nem comenta, como por exemplo:
Como fica os tantos casos de agressão, verbal e física aos professores?
Como fica os código penal?
Como o ECA que protege e ao mesmo tempo acoberta?
Enfim...
Outra coisa, as vezes, muito pior que a agressão física é a verbal... Já ouvi mãe de aluno meu dizendo na frente do filho e para quem quisesse ouvir:
"Eu não te suporto mais, vai morar com seu pai! Ninguém na minha casa quer ele lá!"
"Pode mandar mesmo para o conselho tutelar, ai eles levam ele e dão um jeito!Assim eu tenho paz e faço o que eu quero!"
"Vou te largar e sumir, nunca mais você vai me ver!"
"Você é um idiota, um burro, não é capaz de aprender nada, não serve para nada!"
E por ai vai... Será que para uma criança ou adolescente ouvir isto causa mais ou menos problemas na educação e na estrutura psicológica do que uma palmada??? E o que acontece com estes pais???
Simplesmente nada!
A questão é limites. Adolescentes sem limites, com pais omissos, vão usar a lei a seu favor de um modo muito, muito errado. E pais, sem preparo, estrutura e auxilio, serão acuados e perderão , mais ainda, o controle da educação dos filhos.
Concordo que bater não educa. Não existe desculpa para isto. Perder o controle, todos nós podemos, afinal educar não é nada fácil, mas o adulto da situação é você. Melhor que bater é tentar respirar fundo, se acalmar e assim, encontrar a melhor forma de corrigir, seja com castigo, etc.
Talvez, antes de criar uma lei, deve-se oferecer auxilio aos pais, como mostrar outros método de educar sem castigos físicos, oferecer ajuda psicológica. Nem todos em acesso a informações deste teor, e nem mesmo interesse, na maioria das vezes.
Achei este texto no Yahoo e achei bem interessante:
"...É o fim dos tempos da palmada. Pelo menos é o que promete o tão comentado projeto de lei que coíbe a prática do castigo físico, homenageando os 20 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A medida vem garantir ao menor de idade o direito de ser educado sem o uso de castigos corporais por parte dos pais ou responsáveis. "Quando o adulto bate, não está educando. Interrompe um comportamento errado, porque não conseguiu resolver o problema de outra maneira", explica a educadora Cris Poli, a SuperNanny, do SBT.
Na visão da experiente Cris, educar requer muita paciência e pode ser muito mais saudável e divertido do que se pensa. Para ela, qualquer intensidade da palmada significa agressão. Quando os pais estão estressados e querem resolver um problema rapidamente, apelam para o tapa. A criança que apanha só para de agir porque dói, o que não quer dizer que vai mudar de comportamento. "A educação é um processo consciente, e visa à formação do indivíduo", explica.
Mãe de três filhos e avó de quatro netos, Cris Poli está há quatro anos à frente do programa de TV semanal, onde já atendeu mais de 90 mil famílias. Diz que, nesses anos, encontrou muitos pais desestruturados emocionalmente . Então, os ajuda a organizarem uma rotina, a imporem regras claras e a associá-las ao "cantinho da disciplina" (um lugar para os pequenos ficarem de castigo).
Diz que, primeiro, os pais têm de estabelecer uma rotina, discutir o que está errado, mostrar como gostariam que fosse e, finalmente, definir a regra e fazer o filho entender e aceitar aquele acordo. "A criança tem de saber que é uma decisão dela obedecer à regra e que, quando desobedecer, terá consequência, que pode ser ficar de castigo no tapete, na cadeira, no degrau...", ensina. O tempo indicado para o castigo corresponde a um minuto por cada ano de idade, pois a criança não vai raciocinar por mais do que esse tempo. Quando acabar o castigo, é importante que se estabeleça um diálogo com carinho: "você está aqui porque aconteceu isso, mas eu amo você", e o adulto dá um beijo no pequeno.
Em compensação, quando a criança se comporta e obedece, deve haver um reconhecimento pelo esforço. Afinal, obedecer a regras não é fácil nem para o adulto. Também é importante que as normas sejam claras e concretas, para evitar o comportamento aleatório dos pais. Ou seja, evitar que, quando estiverem de bom humor, relaxem o castigo, ou quando estiverem mal humorados, sejam mais severos. Para Cris, o comportamento dos pais é norteado por outro fator: se foram agredidos na infância, vão usar a mesma metodologia com os filhos.
Em relação à lei, a educadora lembra que há outros tipos de violência que não deixam marcas na pele, como a agressão psicológica, que afeta a autoestima e deixa marcas para o resto da vida. Cris escuta muitos pais dizerem que não têm paciência. Mas alerta: "para ser pai ou mãe, tem de ter paciência!"
Mãe de Victor, de 5 anos, e de André, de 10 meses, a advogada Samanta Vaz Prado da Costa, de 35 anos, lembra que, quando criança, bastava um olhar de reprovação da sua mãe para ela entender que tinha feito algo de errado, e tremia de medo de apanhar. Lamenta que hoje em dia vê muitas crianças desrespeitarem a autoridade de pais e professores. "A palmada pode ser usada ao menos para amedrontá-los." Seu filho Victor, diz, é um doce. Mas está numa fase levada. E com a chegada do irmão, ficou enciumado. Quando ele apronta, para não bater, Samanta ameaça 50 vezes. Se precisar, confessa, dá uma palmada, mas não para machucar, ou o coloca de castigo.
Para a mãe e advogada, a lei deveria ser mais explícita. Pois não dá para comparar uma palmada com os casos apavorantes de espancamento. E vai mais longe: diz que deveria ter lei contra alunos que desrespeitam seus professores.
A psicóloga Mariana Taliba Chalfon acredita que não é necessário educar uma criança com palmada, mas acha que a lei só amedronta pais que não cometem maus tratos, pois os que já o fazem vão continuar usando a mesma metodologia. "O ideal seria haver um trabalho de conscientização desde o pré-natal."
Por Cristiana Vieira
O fato é que Educar não é fácil, mas quando em um lar há amor, carinho, compreensão, não existe a necessidade de uma lei contra agressão física, muito menos contra agressão verbal. O que existe é diálogo, confiança, limites e respeito acima de tudo.
"O que seus filhos registram de você? As imagens negativas ou positivas?
Todas.
Eles arquivam diariamente os seus comportamentos, sejam eles inteligentes ou estúpidos. Você não percebe, mas eles o estão fotografanto a cada instante.
Muitos pais falam coisas maravilhosas para suas crianças, mas têm péssimas reações na frente deles: são intolerantes, agressivos, parciais, dissimulados.
Com o tempo, cria-se um abismo emocional entre pais e filhos. Pouco afeto, mas muitos atritos e críticas."
Augusto Cury.