Ultimamente, tenho escutado a seguinte frase;
"- Mamãe, minha filha imaginária, adora tomar banho."
Dentre outras coisa que a tal "Amiga (filha) imaginária" faz e brinca, a Pinguinho conversa, ri e até briga com a "amiguinha".
Ela não tem um nome e não está presente o tempo todo, mas participa de alguns momentos do seu dia e algumas brincadeiras.
Essas criaturas do mundo da fantasia de forma nenhuma indicam que seu filho está se sentindo solitário ou tem algum problema. Na verdade, é justo o contrário: crianças que cultivam amigos imaginários tendem a se tornar adultos criativos, sociáveis, independentes e felizes.
Esse tipo de amigo pode ser um ser humano ou um animal e geralmente tem nome e personalidade. Mistura de confidente, parceiro de brincadeiras, protetor e bode expiatório, ele ajuda a criança a praticar como se constrói um relacionamento e permite que ela esteja no controle -- algo muito diferente de sua rotina diária.
Se seu filho tem um amigo imaginário, isso significa que ele é uma criança muito criativa. Aliás, crianças muito inteligentes tendem a ter amigos imaginários. O fenômeno também é mais comum com primeiros filhos, que têm menos companhia.
As crianças também usam o artifício do amigo imaginário para aprender melhor os conceitos de certo e errado. É por isso que o amigo invisível às vezes leva a culpa pelas "artes" que ela faz: "Não fui eu que quebrei a boneca, foi o Marcelinho!".
Quando esse tipo de coisa acontecer, resista à tentação de dizer: "Que Marcelinho nada, você sabe que ele está só na sua imaginação!". Só explique que não é legal quebrar um brinquedo, que é preciso dar valor às coisas, sem entrar no mérito do culpado. Pode ser que ele até resolva dar uma bronca no Marcelinho, o que só mostra que ele aprendeu a lição.
O ideal é não dar muita bola para a história. Por um lado, não negue a existência do amigo imaginário, mas por outro não entre na dança, fingindo enxergar o amigo ou conversando com ele. O que pode acontecer se você incorporar o amigo imaginário à vida da criança é que ele vai "existir" por bem mais tempo.
Esse tipo de comportamento vai embora sozinho com o tempo. Fique tranquila e deixe seu filho aproveitar a companhia do "amigo". É uma fase comum da infância que logo vai acabar. Uma idéia é registrar a história num caderno de recordações, por exemplo. No futuro talvez ele ache legal saber qual era o nome do amigo imaginário de quando era pequenininho.